Fascite plantar, inflamação na planta do pé, cuja incidência
é sete vezes maior em mulheres, pode ser prevenida.

Logo ao dar os primeiros passos pela manha as dores são intensas. A sensação de incomodo também se repete ao pisar no chão depois de um longo período de descanso. Esse desconforto, conhecido como fascite plantar, é um processo de inflamação da planta do pé, muito comum em atletas e pessoas sedentárias acima do peso que, do dia para a noite, iniciam a prática de atividade física sem o acompanhamento adequado.

Na maioria dos casos a fascite é decorrente de sobrecarga na planta do pé e frequente em pacientes com mais de 40 anos. A incidência é sete vezes maior em mulheres e os grandes responsáveis por isso são a relativa fragilidade da musculatura feminina, os distúrbios hormonais – que as deixam mais propensas ao encurtamento da cadeia muscular posterior – e o uso de salto alto, este último um fator importante para explicar a concentração de casos entre elas.

A fascite pode ser também um sintoma de outras doenças mais graves e crônicas, como o diabetes ou a artrite. Por isso, definir a causa é extremamente importante para determinar o tratamento mais adequado. Verificar a ausência de outra condição, o médico pode pedir radiografias e uma ressonância magnética ou ultrassonografia para verificar a existência de tecido inflamatório no calcanhar.

O principal tratamento é baseado em proteção, desinflamação e readequação. A primeira ação é reduzir o impacto na região do calcanhar por meio do uso de calcanheira ou palmilha ortopédica. Na sequencia, medicamentos anti-inflamatórios para alívio da dor. O terceiro passo é a fisioterapia, que busca equilíbrio corporal por meio do alongamento da musculatura das costas, coxas, pernas e pés.

Cerca de 10% dos pacientes, no entanto, não respondem ao tratamento convencional. Nesses casos, a opção é utilizar a terapia por onda de choque. O equipamento produz ondas físicas de alta intensidade que levam á desinflamação. Em ultimo caso, pode ser feita a cirurgia para liberar as estruturas encurtadas. A recuperação pode levar de um a três meses, dependendo do paciente.

Para evitar a fascite, basta manter uma rotina de alongamento da musculatura posterior, respeitar uma planilha progressiva de treino e utilizar calçados específicos para a prática esportiva. E também vale lembrar que os tênis têm data de validade. O fabricante deve ser consultado e informar quantos quilômetros é possível percorrer com determinado modelo. Em geral, esse tipo de calçado dura, pelo menos, 500 Km. Depois disso, a absorção de impacto fica comprometida.

Transcrito por Priscila Rolim (Fonte: Revista Veja)